sexta-feira, 4 de junho de 2010

Falácias do Tempo


Ficamos mudos diante da densidade do tempo por medo da solidão.Aceitamos qualquer esmola sentimental e abrimos mão de nossa alma, apenas para nos arrependermos depois com casamentos falidos, relacionamentos caóticos, amizades falsas, tediosas festas e consumismo. Numa hipocrisia por medo de perdemos algo que nos traz insatisfações no dia a dia. Aceitamos chantagens e escravizados dizemos meias palavras e meias verdades. Complacentes ficamos diante da realidade com os olhos vendados na esperança, que o campo há muito minado, desapareça como num conto de fadas.

Por que esta necessidade louca de buscar companhia para preencher espaços vazios criados na nossa mente? Se alguns ladrilhos estão soltos tentamos colar com falácias de felicidade e bem-aventurança.

Em que consiste está solidão senão na nossa necessidade de nos apegarmos a um estado paradisíaco passageiro. Acompanhados ficamos sozinhos. E sozinhos não agüentamos a dor de não sermos perfeitos. Prisões com grades de falso ouro. Sentimentos falsos para que nos vejam somente como flores perfumadas.

Romper com estruturas que nos torna dependentes, rancorosos e frágeis, talvez seja o verdadeiro caminho para liberdade. Viajar por nosso mundo interior com a sensação maravilhosa e quente que estamos aqui por escolha, imersos não numa fantasia de como deveríamos ser, mas aprendendo a lidar com nosso imperfeito eu, respeitando quem fomos e quem somos independente da idéia de quem deveríamos ser.


-Myriam Valentina-





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