Parados em frente ao espelho vemos a ilusão de nossa imagem.
Quando andamos pelas ruas, o olhar de um estranho provavelmente passa além daquilo que pensamos ser. Um estranho entregue a seus pensamentos, como nos entregues aos nossos próprios pensamentos. Vemos apenas através de corpos que nenhum sentido tem para nossa visão que consideramos externa.
À distância em relação ao outro se torna maior quando compreendemos que o outro, estranho ou não, nos vê com seus próprios olhos. Vemos as pessoas como gostaríamos que fossem com uma grande expectativa de transformá-las naquilo que seria um pedaço de nós mesmos.
Não alcançamos nem uma parte da verdade com nossas fantasias de nos acharmos e nos interiorizarmos no outro. Tornamos-nos inseguros, desejosos que sejamos especiais e insubstituíveis aos olhos do outro.
Esta imagem refletida e imaginada cria uma distorção e uma miragem acumulando frustrações desnecessárias. Por que incorporar uma imagem dentro de um olhar para aceitarmos a nós mesmo? Uma máscara lapidada dia a dia, visualizada apenas por nossos próprios desejos.
-Myriam Valentina-
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